A mudança de comportamentos, pensamentos e atitudes de um indivíduo como resposta à presença real ou imaginária de outros traduz-se no conceito de conformidade. A conformidade social pode, assim, ser definida como um tipo de influência social, que envolve a alteração das crenças ou comportamentos, que tem por objetivo o enquadramento e acesso a um determinado grupo social.
A conformidade é uma força preponderante que pode assumir a forma de pressão social ostensiva ou influência inconsciente.
Os estudos feitos na área da psicologia e sociologia apontam para a existência de dois tipos de conformidade: informativa e normativa. A primeira ocorre frequentemente em situações nas quais existe um grau elevado de incerteza e de ambiguidade. Numa situação estranha há uma propensão para moldarmos os nossos comportamentos para que coincidam com os dos outros elementos do grupo, e, por isso, as ações destes informam-nos dos costumes e das práticas aceitáveis. Vemos os outros, assim, como fonte de informação que guia os nossos comportamentos, e acabamos por conformar-nos porque acreditamos que a interpretação destes é mais correta do que a nossa.
A conformidade normativa ocorre por causa do desejo de integrar um grupo social. Os pré- adolescentes e adolescentes são particularmente vulneráveis a serem influenciados porque pretendem ser aceites pelos seus colegas (“peer pressure”).
As normas sociais, como o cumprimento de leis de tráfego ou o respeito pela propriedade privada, estabelecem a base de uma sociedade funcional. Porém, a conformidade “automática”, sem questionamento da validade das normas sociais, pode ter efeitos nocivos. Na Alemanha Nazi, muitas pessoas comuns não acusavam as atrocidades cometidas porque poucas resistiam e assumiam comportamentos desviantes.
Nas decisões diárias, os indivíduos devem examinar se numa situação estranha e desconhecida as razões estabelecidas justificam as acções cometidas. Primeiramente devem interrogar se os comportamentos praticados pelos outros pertencentes ao grupo são racionais e em consonância com os seus próprios princípios e valores, antes de os adotar inquestionavelmente. Similarmente, numa situação na qual o indivíduo quer impressionar e ser aceite pelos outros, deve questionar-se se aquela ação entra em conflito com o seu código moral.
Daniela Costa, nº 11
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