terça-feira, 12 de maio de 2015

Interacção Social


A interacção social é o processo pelo qual as pessoas se relacionam, comunicam, umas com as outras, num determinado contexto social. A interacção social é apoiada no princípio da reciprocidade, isto significa que os actos dos indivíduos são dependentes de outro.
Deste modo, precisamos sempre de um espelho para nos reconhecer a nos mesmos. É na interacção com os outros que nos reconhecemos a nos próprios. Assim defende Anthony Giddens, “As nossas rotinas diárias e as interacções nas quais elas nos envolvem com os outros estruturam e formam aquilo que fazemos”.
Erving Goffman defende: “Considerarei o modo como indivíduo em situações de trabalho habituais se apresenta a si próprio e à sua actividade perante os outros, as maneiras como orienta e controla a impressão que os outros formam dele, as diferentes coisas que poderá ou não fazer enquanto desempenha perante os outros e o seu papel social.” Tal significa que é através das nossas rotinas e do seguimento de normas e regras de comportamento que individualizam personalidades e o nosso papel na sociedade.
Segundo George Mead, o individuo segue um generalizado, ou seja algo imaginado, algo que corresponde aos critérios de uma certa classe social de pertença, género, etnia, papel social, etc., em que acabamos por moldar os nossos comportamentos e construir a nossa identidade. Exemplo disso é o estereótipo que a sociedade elege, por exemplo, para os Punks, Hippies, Gangsters…
O individuo mesmo em silêncio não deixa de passar uma impressão. A indumentária, os adornos, os gestos falam por si, deixando, assim, impressões. Essas impressões são assim, portadores ou indícios de informação, como, por exemplo, a relação que se pode estabelecer entre a aparência e o estatuto socioeconómico, do actor ou entre determinados comportamentos e os rótulos ou estereótipos associados ao papel em representação.
Existem padrões de interacção, isto é as rotinas do quotidiano, com situações de interacção muito semelhantes, tipificam formas de relacionamento. É através destes padrões que se constitui a base de estruturação da sociedade, pois, esta, organiza-se em torno da repetição das interacções.
Além disso, Goffman refere também, que o espaço de interacção torna-se bastante importante. Goffman demonstra que enquanto estamos sob os olhares da sociedade, os nossos comportamentos seguem as rígidas regras e as normas, de modo a “agradar” a sociedade, porque esta assim o exige. Enquanto, quando não estamos sob os olhos de terceiros, tornamo-nos mais relaxados e descontraídos.


Assim, o individuo torna-se uma marioneta na sociedade, seguindo segundo as suas normas, sempre pensando o que as pessoas vão pensar e agradando aos outros, sem viver a vida de forma irreverente e livre como assim o realmente deseja.

Patrícia Pinto Ferreira nº 17

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