A desigualdade social é um problema de todos os países do mundo e decorre da má distribuição da riqueza, ou seja, a maioria da população fica subjugada à minoria que detém os recursos o que gera as desigualdades. De entre estas, evidenciam-se as desigualdades etária, racial, económica, de género, na saúde, na educação, etc.
A muitas destas desigualdades estão associadas
questões de má administração de recursos; de falta de investimento nas áreas
sociais, culturais, da saúde e da educação; de falta de oportunidades de
trabalho; de corrupção; entre outros fatores. E tendo em conta este cenário,
sucedem-se casos de miséria, pobreza, fome, desnutrição, mortalidade,
desemprego, marginalização, violência, criminalidade e atrasos no progresso do
país. Há lugares em que os problemas são mais evidentes como, por exemplo, nos
países africanos, os quais estão entre os mais desiguais do mundo. Mais perto,
há relatórios da União Europeia que indicam Portugal como um dos países mais
desiguais na distribuição dos rendimentos das famílias e em que o risco de
pobreza é atenuado pelos apoios sociais.
As desigualdades também estão ligadas à existência de
desigualdades de caráter mais qualitativo. Em muitas sociedades, brancos e
negros gozam de estatutos diferentes que, por esse facto, lhes conferem
vantagens ou desvantagens. São desigualdades estruturais que subsistem ou
tendem a acentuar-se, sobretudo noutras formas de desigualdade é o caso da
(des)igualdade perante o trabalho e o salário entre homens e mulheres. Entram
assim em cena desigualdades novas influenciadas pelo género.
Centremos-nos nestas.
Centremos-nos nestas.
Durante muitos anos, às mulheres não foi reconhecida a
devida importância na sociedade, sobretudo quando se analisavam questões de
poder, riqueza e prestígio. Contudo, o género é um dos exemplos mais profundos
da estratificação. Não existe sociedade em que os homens não tenham, em certos
aspetos da vida social, mais riqueza, maior estatuto e influência do que as
mulheres.
Em Portugal, a crise veio aumentar as desigualdades, um problema para o qual não se estão a criar soluções. No trabalho, a mulher já se encontra em desvantagem, com salários mais baixos e, em casa, aumentam as assimetrias. Recai sobre a mulher outros tipos de trabalho: tarefas domésticas; cuidados com os filhos, etc A igualdade no mercado de trabalho não foi acompanhada pela igualdade na família. A crise tem tido consequências mais graves para as mulheres, particularmente nas classes mais baixas, onde aumentaram os níveis de precariedade laboral, a segregação, a violência.
Muito há a explorar no que diz respeito aos fatores que explicam as desigualdades de género como a diferença de estatuto, de poder e de prestígio que mulheres e homens adquirem em grupos.
Pode concluir-se que, embora o nosso país
tenha experienciado transformações ao nível do papel da mulher, mantém-se ainda
uma visão estereotipada dos papéis desta na sociedade os quais, em termos de
esforço, resultam num desgaste físico e psicológico e na incapacidade de esta
usufruir de momentos de lazer e de participação cívica. E isto é
verdadeiramente uma violação dos direitos humanos.
Bruno Oliveira
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