terça-feira, 10 de março de 2015

O drama do insucesso escolar


A discussão crescente sobre o insucesso escolar é relativamente recente na sociedade portuguesa. Por esta razão, importa compreender o fenómeno partindo de conjunto de dificuldades reveladas pelo aluno em assimilar e aplicar autonomamente os conhecimentos transmitidos das várias disciplinas. A este facto, segundo vários investigadores, estão associados fatores de ordem económica, social, familiar e cultural.
Tendo em conta que as escolas recebem alunos dos mais diversos níveis sociais, nota-se que as expectativas e os objetivos que cada um traz são também bastante distintas, daí que não será difícil verificar que entre as camadas menos favorecidas haja menos interesse pela escola e menos apoio do lado familiar. Deste modo, torna-se evidente que os alunos vão necessitar/necessitam de ritmos de aprendizagem diferentes, porque também eles têm capacidades diferentes, circunstância à qual a escola não consegue dar resposta. 
Daqui decorre que várias são as causas para este fenómeno, a saber: as dificuldades de aprendizagem e de concentração; o desinteresse dos alunos (quando não motivados pelos pais para prosseguirem os seus estudos); a indisciplina; a instabilidade característica da adolescência; a dificuldade em compatibilizar as exigências escolares, com as mais diversas solicitações; entre outras…
Em boa verdade, nem sempre se identificam os verdadeiros responsáveis já que o aluno surge sempre como o principal autor. Todavia, há que refletir com profundidade sobre esta matéria e ser capaz de dar enlevo às responsabilidades das famílias, dos professores, da escola (instituição), dos programas curriculares (nem sempre atrativos aos jovens), enfim, a todo um sistema educativo que nem sempre promove a inclusão dos alunos com maiores dificuldades.
Neste quadro, é notório que os alunos provenientes de famílias com certo poder económico mais facilmente levarão a bom porto os seus estudos e conseguirão um futuro melhor. São essas famílias que procuram, fora das escolas, ajuda para os seus filhos; são essas famílias que pagam os estudos nas universidades privadas para que os seus filhos tenham cursos superiores e mais facilmente entrem no mercado de trabalho. Mas há outras famílias que não o fazem por falta de recursos financeiros e porque não se identificam com a instrução/educação que a escola proporciona. É nestas famílias que, ao mais pequeno insucesso, se colocam logo a questão da saída da escola, o que explica as mais elevadas taxas de abandono por parte destes alunos.
Para além de tudo, importa referir, a título de conclusão, que a nossa sociedade assenta num conjunto de valores que desencorajam o estudo e promovem o insucesso escolar: a diversão, o individualismo (pelo uso constante das tecnologias), o consumismo… Todos em oposição ao que a escola significa: comportamentos/atitudes refletidas e responsáveis; a busca incessante do saber; a defesa e prática de valores.

 

Trabalho realizado por : Bruno Oliveira nº5 12º C

 

Sem comentários:

Enviar um comentário