A discussão crescente sobre o
insucesso escolar é relativamente recente na sociedade portuguesa. Por esta
razão, importa compreender o fenómeno partindo de conjunto de dificuldades
reveladas pelo aluno em assimilar e aplicar autonomamente os conhecimentos
transmitidos das várias disciplinas. A este facto, segundo vários
investigadores, estão associados fatores de ordem económica, social, familiar e
cultural.
Tendo em conta que as escolas
recebem alunos dos mais diversos níveis sociais, nota-se que as expectativas e
os objetivos que cada um traz são também bastante distintas, daí que não será
difícil verificar que entre as camadas menos favorecidas haja menos interesse
pela escola e menos apoio do lado familiar. Deste modo, torna-se evidente que
os alunos vão necessitar/necessitam de ritmos de aprendizagem diferentes,
porque também eles têm capacidades diferentes, circunstância à qual a escola
não consegue dar resposta. Daqui decorre que várias são as causas para este fenómeno, a saber: as dificuldades de aprendizagem e de concentração; o desinteresse dos alunos (quando não motivados pelos pais para prosseguirem os seus estudos); a indisciplina; a instabilidade característica da adolescência; a dificuldade em compatibilizar as exigências escolares, com as mais diversas solicitações; entre outras…
Em boa verdade, nem sempre se identificam os verdadeiros responsáveis já que o aluno surge sempre como o principal autor. Todavia, há que refletir com profundidade sobre esta matéria e ser capaz de dar enlevo às responsabilidades das famílias, dos professores, da escola (instituição), dos programas curriculares (nem sempre atrativos aos jovens), enfim, a todo um sistema educativo que nem sempre promove a inclusão dos alunos com maiores dificuldades.
Neste quadro, é notório que os alunos provenientes de famílias com certo poder económico mais facilmente levarão a bom porto os seus estudos e conseguirão um futuro melhor. São essas famílias que procuram, fora das escolas, ajuda para os seus filhos; são essas famílias que pagam os estudos nas universidades privadas para que os seus filhos tenham cursos superiores e mais facilmente entrem no mercado de trabalho. Mas há outras famílias que não o fazem por falta de recursos financeiros e porque não se identificam com a instrução/educação que a escola proporciona. É nestas famílias que, ao mais pequeno insucesso, se colocam logo a questão da saída da escola, o que explica as mais elevadas taxas de abandono por parte destes alunos.
Para além de tudo, importa referir, a título de conclusão, que a nossa sociedade assenta num conjunto de valores que desencorajam o estudo e promovem o insucesso escolar: a diversão, o individualismo (pelo uso constante das tecnologias), o consumismo… Todos em oposição ao que a escola significa: comportamentos/atitudes refletidas e responsáveis; a busca incessante do saber; a defesa e prática de valores.
Trabalho realizado por : Bruno Oliveira nº5 12º C
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