Na filosofia antiga o Homem era considerado como um "mundo pequeno" na composição geral do universo, como um reflexo e símbolo deste. A Era do Renascimento é totalmente inspirada na ideia da autonomia humana, da capacidade criativa sem limites do Homem na qual o corpo é considerado como uma “máquina”, semelhante à dos animais, enquanto que a alma é identificada com a consciência. A ciência contemporânea, por sua vez, considera o ser humano com base nas duas dimensões distintas da sua existência: o biológico e o social.
Os seres humanos apareceram na Terra como resultado de um longo processo de desenvolvimento. Embora o Homem nasça com os sistemas anatómico e fisiológico insuficientemente formados, estes estão geneticamente programados como exclusivamente humanos. A precisão e a pureza da hereditariedade são mantidas por um substrato material específico, o aparelho dos genes, que há milhões de anos guarda cuidadosamente a essência racial do Homem, o ser biológico mais complexo da Terra. No momento do nascimento uma criança é apenas um "candidato" a ser humano, não se podendo tornar um membro pleno da raça humana se viver isolado, uma vez que tal característica é atingida através da comunicação e da introdução do mesmo no mundo social que regula e guia o seu comportamento.
Afinal o Homem é maioritariamente influenciado pelo código genético ou pela sociedade?
A natureza confere ao ser humano menos do que a vida em sociedade exige dele. Por este motivo diz-se que uma pessoa está viva enquanto vive para outros. A nível do organismo, o ser humano faz parte da interligação natural dos fenómenos e da obediência às suas necessidades, mas a nível pessoal a sua orientação é social. Ele é, portanto, um ser biossocial: o animal nasce com pêlos ou penas, é vestido pela natureza; mas o bebé nasce nu e tem que ser “vestido” pela sociedade.
Os seres humanos agem pelas formas determinadas pelo todo precedente da evolução histórica. Na realidade, a cultura existe como um sistema que historicamente evolui. Cultura define tudo que o Homem faz e acrescenta à natureza, e como o faz, no processo de auto-realização do indivíduo e da sociedade. Cada ser humano é uma encarnação individual, um produto não só do sistema social existente, mas de toda a história do mundo. Por isso se afirma que o Homem moderno carrega dentro de si todas as épocas da história e todas as suas próprias idades individuais, sendo a sua personalidade uma concentração de vários estratos da cultura. Ele é a memória viva da história, o foco de toda a riqueza de conhecimentos, habilidades, e sabedoria que foram acumuladas ao longo dos tempos.
Em suma, o Homem é uma unidade que integra o biológico, o pessoal , o natural, o social, o cultural e o histórico.
Daniela Costa, nº11
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