CULTURA
É comum dizermos que uma pessoa não possui cultura quando
ela não tem contato com a leitura, artes, história, música, etc. Se compararmos
um professor universitário com um indivíduo que não sabe ler nem escrever, a
maior parte das pessoas chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de
cultura” e o outro, desprovido dela. Mas, afinal, o que é cultura?
Para o senso comum, cultura possui um sentido de erudição,
uma instrução vasta e variada adquirida por meio de diversos mecanismos,
principalmente o estudo. Quantas vezes já ouvimos os jargões “O povo não tem
cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”, “O povo não tem educação”,
etc.? De fato, esta é uma conceção arbitrária e equivocada a respeito do que
realmente significa o termo “cultura”.
Não podemos dizer que um índio que não tem contato com
livros, nem com música clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde ficam
seus costumes, tradições, sua língua?
O conceito de cultura é bastante complexo. Numa visão
antropológica, podemos o definir como a rede de significados que dão sentido ao
mundo que cerca um indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um
conjunto de diversos aspetos, como crenças, valores, costumes, leis, moral,
línguas, etc.
Nesse sentido, podemos chegar à conclusão que é impossível um indivíduo não tenha cultura, afinal,
ninguém nasce e permanece fora de um contexto social, seja ele qual for. Também
podemos dizer que considerar uma determinada cultura (a cultura ocidental, por
exemplo) como um modelo a ser seguido por todos é uma visão extremamente
etnocêntrica.
Rita Fernandes nº2
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